terça-feira, 4 de março de 2008

John Stills, elegantemente!

E o poeta saiu elegantemente...
Caminhou por lugares distantes
nunca visitados ou conhecidos!
Traçou novos caminhos
por entre as palavras, ritmos, rimas e significados!

E veio a ele a inspiração.
E apressado acelerou o passo.
E escreveu desesperadamente.

Então, o poeta, na velocidade do coração,
Riscou o papel rapidamente.
Re-elaborou velhas idéias.
Fez as palavras falarem
coisas nunca ditas antes.

E correu como um louco.
E a caneta rasgou o papel.
E, cambaleando, caiu o poeta.

Perdeu a cadência.
Perdeu a rima.
Rolou pelas palavras.
Esfolou-se nos significados.
Tudo, num ritmo errático e desconcertante.

E caído, chorou como um bêbado.
E machucado, gritou como um morcego.
E morto, levantou-se como um bebê.

Foi aí, que percebeu velhos caminhos
entre as novas cercas.
Foi aí, que lapidou o verso
derramado ao chão como sangue.

Levanta poeta!
Tem alguém que lhe espera.
Ponha-se a correr novamente!
Está atrasado!
A inspiração não descansa.