E o poeta saiu elegantemente...
Caminhou por lugares distantes
nunca visitados ou conhecidos!
Traçou novos caminhos
por entre as palavras, ritmos, rimas e significados!
E veio a ele a inspiração.
E apressado acelerou o passo.
E escreveu desesperadamente.
Então, o poeta, na velocidade do coração,
Riscou o papel rapidamente.
Re-elaborou velhas idéias.
Fez as palavras falarem
coisas nunca ditas antes.
E correu como um louco.
E a caneta rasgou o papel.
E, cambaleando, caiu o poeta.
Perdeu a cadência.
Perdeu a rima.
Rolou pelas palavras.
Esfolou-se nos significados.
Tudo, num ritmo errático e desconcertante.
E caído, chorou como um bêbado.
E machucado, gritou como um morcego.
E morto, levantou-se como um bebê.
Foi aí, que percebeu velhos caminhos
entre as novas cercas.
Foi aí, que lapidou o verso
derramado ao chão como sangue.
Levanta poeta!
Tem alguém que lhe espera.
Ponha-se a correr novamente!
Está atrasado!
A inspiração não descansa.