Página virada na inscrição dos fatos
da morte súbita ao orgasmo da concepção,
de que lado estou?
no centro, no avesso...
Eis que estou só, preso ao nada!
e não há mais que um espermatozóide...
nada mais!
Dos milhões de orgasmos de meu pai,
não sou, nada mais,
que só um.
No centro dessa solidão,
como o sol descobre o heliocentrismo sistêmico,
nem a luz da psicanálise solar
me fará ver por entre a cegueira do ofuscamento!
Se na noite, quem me acorda é o sono negro do dia
porque haveria de ser, eu, geocentrismo puro?
Do útero avesso ao nascimento de mim, saí.
Terra, és quente como minha mãe,deito em ti.
De tuas tetas escorrem lágrimas...
teu sangue é leite, teu leite é vinho!
"Beba, meu bebezinho, o sangue das uvas!
Os olhos te arrancarei, pois
ver o avesso no avesso é ver o lado certo do lado errado!"
Não há mais nada entre nós, confesso!
meu sangue é água! Detesto!
Me nega, o nego, vinho!
Página virada na inscrição dos fatos!
De que lado estou?
Geocêntrico no heliocentrismo,
do lado de dentro do avesso!
***
Da rosa aberta pelo perfume sonoro da luz escorrem
gotículas cristalinas que uns chamam orvalho e outros chamam Beleza!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
sábado, 10 de abril de 2010
O raio que te parta
Segunda feira, fico esperando chegar a quarta...
Na quarta, a sexta, o domingo, esperando a segunda
Quando vejo já é quarta de novo, passou a sexta, o sábado...
Quatro semanas ruins para cada uma que é boa.
Não tenho doença alguma,
é a gente que não se dá bem.
Não tenho medo de ficar sozinho,
mas não suporto a solidão
Se estou longe é um desespero,
se me sufoco contigo
me sinto só e bem acompanhado.
Não tenho doença alguma,
mas não entendo porque deveria ser assim.
Eu quero um raio de vida.
E o raio que te parta.
Quem vai limpar a sujeira?
os passos dados no carpete?
apagar os caminhos afundados da sala,
que todo o dia passo
como um rato de apartamento,
daqui para ali,
sem tomar sol, nem chuva.
a única alegria verdadeira é esperar passar,
esperar pela segunda, pela terça, pela quinta...
esperar tudo mudar, um raio de sol nessa neblina densa
e o raio que te parta.
Não tenho paciência para melancolia.
Na quarta, a sexta, o domingo, esperando a segunda
Quando vejo já é quarta de novo, passou a sexta, o sábado...
Quatro semanas ruins para cada uma que é boa.
Não tenho doença alguma,
é a gente que não se dá bem.
Não tenho medo de ficar sozinho,
mas não suporto a solidão
Se estou longe é um desespero,
se me sufoco contigo
me sinto só e bem acompanhado.
Não tenho doença alguma,
mas não entendo porque deveria ser assim.
Eu quero um raio de vida.
E o raio que te parta.
Quem vai limpar a sujeira?
os passos dados no carpete?
apagar os caminhos afundados da sala,
que todo o dia passo
como um rato de apartamento,
daqui para ali,
sem tomar sol, nem chuva.
a única alegria verdadeira é esperar passar,
esperar pela segunda, pela terça, pela quinta...
esperar tudo mudar, um raio de sol nessa neblina densa
e o raio que te parta.
Não tenho paciência para melancolia.
domingo, 28 de março de 2010
Abracei o mundo.
Sem estar seguro, abracei o mundo.
Não deixei nada para depois.
Fiquei homem maduro e sem perceber já era madrugada na minha vida.
Quieta, veio rápida, a vida me pegou pela mão.
Tornei-me alvorada matutina em parto prematuro.
Eu era ainda escuro quando renasci no clarear do dia.
Abracei o mundo e chorei como criança que nasce.
Por um milênio, amei tudo.
Eu abracei o mundo, eu fiz tanta coisa.
Não deixei nada para depois.
Fiquei homem maduro e sem perceber já era madrugada na minha vida.
Quieta, veio rápida, a vida me pegou pela mão.
Tornei-me alvorada matutina em parto prematuro.
Eu era ainda escuro quando renasci no clarear do dia.
Abracei o mundo e chorei como criança que nasce.
Por um milênio, amei tudo.
Eu abracei o mundo, eu fiz tanta coisa.
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