quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Poemas Mutilados

Sem inspiração, já gastas, as palavras não dizem.

Antes, choravam, gritavam diziam. Agora...?

Deixem-nas aí, registrando vazios, não lidas, não faladas.

Fixadas em Mutilados Poemas, desesperados, não inspirados, que

descrevem o vazio de quem os criou.

A falta de idéias, a falta do que dizer,

num quadrilhão de palavras ocas,

arrancam o pensamento a força.

Digitadas nas telas, escritas nos maços de cigarro travestidos de

Mutilados Poemas, são elas sem leitores em efervescência desinspiradora.

Apelem aos Poemas e seus Multiplos Lados e contra esses sem significado que significam tudo.

Tudo vazio, tudo despedaçado, o Tudo banalizado.

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Em outro tempo, rezei para a Razão e ela me mandou ao Amor. 

Ele riu de mim e indicou-me a  Amargura. Ela apresentou-me ao Perdão.

Este ensinou-me o Vício e a Culpa. Então, implorei à Razão, mas ela não encontrei.

Pedi a Perdão pelo Vício e a Culpa. Vendo isso, riu de mim o Amor.

Senti-me tolo e junto com ele rimos de mim mesmo.

Fiquei eu embriagado e perdi a Amargura que nunca mais voltou.

Só a reencontrei na Poesia,

fantasiada de Erudição em todos esses Poemas Mutilados.

Como eu já a conhecia muito, ri dela também.