Tenho algo aqui para pensar. Não é manteiga. Não é um filme italiano. Não é um par de cochas. Não é a conta do telefone. Nem uma garrafa de vinho pela metade! Tenho algo que não posso deixar de ter. Algo que não pode ser morto. Não pode ser dado. Nem emprestado. Não pode ser vendido. Nem abandonado. Não pode ser esquecido. Nem guardado no armário. Não pode ser empalhado. Nem embalsamado! Tenho algo aqui e não sei muito o que fazer com isso. Pensar, é para que serve. Pensar de novo e de novo! Novamente! Mais uma vez. E de novo. De novo. De novo. Mais uma vez. Ad infinitun. Sem propósito. Sem finalidade. Sem meios. O princípio só se vê no fim! A boca grita as violências que aprendeu. A mão afaga com os carinhos que aprendeu. A mão domesticou a boca e a boca corrompeu a mão. Bela dupla!!! Enquanto isso entope-se os ouvidos... vai saber se a vida é o que sai dos intestinos. Aqui a rima é com o que está escrito para ser e é. Daqui para alí, de um vai e vem, do vice-versa, de contar de frente para trás e de trás para frente, de inverter o argumento e colocar tudo de cabeça para baixo, sai a verdadeira falsidade do real e a realidade falsa da verdade! De um lado, a oleira enfiando a mão na lama criando um vaso oco, do outro, Jack, o esvicerador, operando significados petrificados pela medusa de olhar penetrante. Ei! Olhe para seus olhos, quem sabe viramos um vaso oco!
OK! Estou embalsamado e empalhado no armário esquecido. Fui abandonado e vendido. Dado como morto para deixar de ter a metade do telefone do par de cochas italianas de manteiga. Como se fosse uma questão de juntar palavras que nunca foram feitas juntas para pensar! Francamente, que bobagem. Tenho muitas teclas no teclado, mas nenhuma é capaz de dizer o que sinto.